A monumental tela a óleo (4,20m X 8,20m) de Vitor Meireles (1832-1903), o “Combate Naval do Riachuelo”, representa de forma dramática e heroica o combate travado em 11 de junho de 1865 entre as esquadras brasileira e paraguaia, no âmbito da Guerra do Paraguai.
Encomendada pelo então Ministro da Marinha para ser apresentada na Exposição Internacional da Filadélfia, nos Estados Unidos, em 1876, a primeira versão da obra foi acidentalmente destruída no seu retorno ao Brasil. Inconformado, Vitor Meireles pintou essa segunda versão em 1882/1883, que foi incorporada ao acervo do MHN em 1931.
No entanto, a obra de Vitor Meireles apresentou sérios problemas de conservação, tendo sido retirada de exposição em 1985 e mantida enrolada, aguardando recursos para a sua restauração.
Em 1991, o MHN lançou uma campanha visando atrair patrocinadores para recuperação dessa importante obra, ícone da história do Brasil. Sensibilizada pela matéria “Uma Batalha Perdida”, publicada pelo jornal do Brasil em 13 de junho daquele ano, a Petrobrás prontificou-se a financiar a restauração da tela.
O apoio do então Presidente da AAMHN, unindo esforços com a Sendas Trading, foi fundamental para viabilizar o projeto ao responsabilizar-se pela importação do material específico de restauração, inexistente no Brasil naquela ocasião.
Foram necessários dois anos de trabalho para eliminar as colônias de fungos e cupins, remover o verniz de resina de damar, responsável pelo amarelecimento da tela, e reentelar a pintura sobre uma tela de reforço, revestida de um material especial e mais resistente. Não havendo no mercado tecidos fabricados nas dimensões gigantescas da obra, foi preciso cerzir 29 metros de linho puro para fazer o novo suporte da tela.
Sob a coordenação do técnico do MHN, Luiz Fernando de Carvalho Abreu, uma equipe de cinco restauradores tratou minuciosamente a obra, descobrindo cores e detalhes antes despercebidos.
Hoje o “Combate Naval do Riachuelo” pode ser visto em todo o seu esplendor na exposição de longa duração “A Construção da Nação – 1822 – 1889”.